Trabalhadores da última hora
Meus filhos, Jesus nos ampare!
Eis-nos na gleba da redenção. Honrados com o nobre mister de preservar a palavra do Evangelho, encontramo-nos no campo da construção do Mundo Novo.
Somos, porém, os trabalhadores da última hora, que anteriormente comprometemos o ministério de que nos encontrávamos investidos, não sabendo defender o legado que nos chegou do alto.
Aturdidos pelas homenagens transitórias do mundo, fizemos chafurdar nos fossos miasmáticos da usura e da exterioridade pomposa a Boa Nova de redenção.
Agora, no entanto, surge-nos o momento de recomeçar e de refazer. Haja o que haja, tenhamos tento. Não nos permitamos empolgar somente pelo primeiro minuto. O trabalhador que se entusiasma, num momento de exaltação, pode ser comparado ao relâmpago poderoso que logo se apaga.
O discípulo do Evangelho é alguém que não esmorece nunca; operário que não abandona a enxada.
Cabe-nos, desse modo, o trabalho de desgaste das nossas imperfeições nas pedras e cascalhos do solo da reencarnação, porquanto soa o nosso momento de testemunhar fidelidade aos enunciados superiores da vida.
Estejamos tranqüilos, vencendo os pruridos da vaidade e da ostentação. Constituímo-nos num todo harmônico, amparando-nos e fraternalmente servindo.
Ninguém trabalha para ninguém, antes, para si mesmo. Somos, todavia, obreiros a serviço do Senhor. Não somos viandantes inexperientes na via evangélica. Não estamos convidados pela primeira vez para o tentame. Não há muito, fascinados pela volúpia, cavalgamos insensatez, disseminamos conflitos, espraiando nossas paixões. Diante de altares de luxo e da corrupção, erguemos monumentos inspirados pela mentira, em adoração a nós mesmos.
Compete-nos não negligenciar na tarefa de fazer fecundar, no coração, o pólen da fé renovadora. Não nos encontramos convidados para o banquete da fatuidade, nem deslizamos na barca da ilusão, singrando as águas do comodismo e do desperdício. Nosso compromisso é com Jesus – nossa barca, nossa bússola, nosso norte.
Hoje é o nosso dia de apresentar o Evangelho restaurado à sofrida alma do povo. Falemos a linguagem simples, trocando o verbalismo sonante e vazio pela semente de luz. A nossa não é outra, senão a tarefa de conduzir com segurança os náufragos das experiências humanas ao porto da paz.
Não receemos!
O servidor humílimo de todos,
Bezerra.
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