NOSSAS ATIVIDADES SEMANAIS

- SEGUNDA FEIRA
19 h. Estudo sistematizado da Doutrina

20:30 h. -Desobsessão


- QUARTA FEIRA

18:00 h. Atendimento Fraterno (para reavaliação de tratamentos)

18: 30 - Educação Mediúnica

19:00 h. - Fluidoterapia e Educação Mediúnica -

20:00 h. - Reunião Pública


- SEXTA FEIRA

18:00 h. Atendimento Fraterno (primeira vez ou para novos tratamentos)

18:30 h. Estudo das obras de André Luiz

19:00 h - Irradiação à Distância

20:00 h - Reunião Pública (na última 6 ª feira de cada mês é uma Reunião de Prece aos Desencarnados)


- SÁBADO

15:00 h - Reunião Pública, Evangelização e Mocidade


"Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vosas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo ". - JESUS

MT. 11:28 a 30



quarta-feira, 30 de junho de 2010

TRINTA E DOIS ANOS

Trinta e dois anos ...

Faz alguns dias que muitos jornais de Burgo publicaram artigos referentes à um ataque de catalep-sia que durou trinta e dois anos. Um tormento, pois, segundo a confissão de alguns desgraçados que foram vítimas de tão horrível enfermidade, ouvem perfeita-mente quando se fala ao seu redor e sabem tudo o que dizem seus parentes e amigos, alguns sentiram quando os colocavam num caixão e se dispunham a realizar o enterro do suposto cadáver. Uns num esforço sobre humano conseguiram romper as cadeias da imobilida-de e libertaram-se , para outros entretanto não foi pos-sível.

O artigo em questão dizia assim:
“Ataque de catalepsia, caso extraordinário”. – faz trinta e dois anos, a moradora de Villavicencio, Benita de La Fuente, sofria um ataque de catalepsia.
A enferma achava-se prostrada na cama, imóvel, sem consciência, desde 1874, sem que durante esse tempo falasse qualquer palavra, limitando-se a exalar, de vez em quando, gemidos; sua única alimentação era água, e algumas vezes pequeníssima quantidade de caldo e leite. Multidão de médicos especialistas, alguns de grande reputação, a visitaram em diversas ocasiões, não podendo explicar cientificamente tão extraordinário caso.
Na última sexta-feira a enferma abriu os olhos, e recobrando subitamente a fala, expressou desejo de abandonar o leito.
No domingo, com a assistência dos médicos, a família alevantou e, desde então, vai recobrando ra-pidamente a saúde perdida, tudo indica que muito em breve recupere a normalidade. Benita reconhece to-das as pessoas de sua família e seus amigos, mas o extraordinário do caso é que não recorda nada do que aconteceu e nega-se tenazmente a crer que tenha es-tado dormindo e sem comer por trinta e dois anos.
Ela tem atualmente sessenta e dois anos”.

Creio que este caso, verdadeiramente extraor-dinário, não deve ser estudado somente por médicos; muitos espíritas me escreveram suplicando que per-gunte ao guia de meus trabalhos o porquê de tão horrí-vel pena, pois viver trinta e dois anos imóvel, sem falar, sem tomar parte na vida, deve ter uma causa podero-síssima; deve haver cometido, o espírito assim castiga-do, um desses crimes sem precedentes.

Diz meu guia e amigo espiritual: - “Não tanto como tu crês, pois por regra, os que vos acreditais me-lhor inspirados, estão longe de conhecer a verdadeira causa, que produz tão dolorosos efeitos.
Não julgueis nunca pelas aparências, pois de cem juízos condenatórios que pronunciardes, em no-venta e nove estareis dominados pelo erro e sereis in-justos, convertendo-vos em juízes, quando por vossos defeitos não deveis julgar, e sim serdes julgados.
No caso em questão, há efetivamente muito a estudar e muito que aprender: assistimos à enérgica vontade de um espírito que submeteu seu corpo à uma prova dolorosa.
Os que negam a existência da alma, cruzarão os braços e emudecerão, diante de fatos cuja causa não compreendem.
E vós, espíritas, os que sabem que o presente está intimamente enlaçado com o passado, e que o espírito é um eterno agricultor que semeia hoje para recolher amanhã, ao ver os agricultores que recolhem tão má colheita, dizeis com espanto: - que terá feito este desgraçado para merecer tão cruel castigo? Que papel terá representado na história universal? Haverá empregado sua ciência para ser um verdugo da humanidade? E vais acumulando pergunta sobre perguntas, e enquanto perguntas, mais longe estais da verdade, como sucede agora com essa pobre mulher cataléptica; amontoais sobre ela, crimes espantosos, e na realidade não é assim. É um Espírito desequilibrado, que amou muito, mas com esse amor terreno, egoísta, absorvente, dominador, avassalador, que prefere a morte do ser amado ao vê-lo feliz em braços de outro ser.
Essa mulher, que hoje pertence à uma classe humilde, e que se não fosse a enfermidade passaria desapercebida na Terra, em outro tempo seu lugar era um trono, e apesar de ser o seu reino pequeno, ela o fez grande pela severidade de suas leis, e por ser o juiz que determinava as sentenças; parecia insensível aos encantos do amor; era uma mulher de gelo, não acei-tava demonstrações de amor, nem de alegria entre seus súditos; sua corte parecia uma comunidade de frades e freiras em claustro, tal a rigidez dos costumes impostos. Assim vivia Ermesinda, sem pra-zer, e sem deixar que os demais gozassem, até que um dia lhe apresentaram um jovem militar (quase um menino) muito recomendado, para que sob sua prote-ção fosse educado nas letras e nas artes.
Ermesinda ao vê-lo sentiu o que nunca havia sentido, a ponto de cair em uma poltrona desmaiada. O jovem Ezequiel perturbou-se ao ver o mau efeito que sua presença havia causado à sua soberana, e retirou-se, temendo algo desconhecido.
Desde aquele dia, Ermesinda passou a sentir uma inquietude e uma ansiedade inexplicável, perce-beu que seu coração havia sido tocado, compreendeu que amava Ezequiel, e tentou fazê-lo compreender.
Mas, Ezequiel era um menino e o haviam educado de tal modo, que para ele Ermezinda não era uma mulher de carne e osso, e sim uma santa a quem deveria venerar de joelhos, mas a grande distância, para que o hálito humano não manchasse sua pureza.
Assim é que, enquanto ela cortava caminhos para estar mais próxima à ele, mais se afastava Eze-quiel, dominado pelo temor de ofendê-la, foi se afastando.
Ermezinda, dominada pelo ciúme, pelo orgulho e pela insegurança, não teve coragem de dizer que o amava. A austeridade de seus princípios a impediu, por sua linhagem e por suas virtudes, de descer de seu pedestal para cair nos braços de um menino, que não sentia por ela a menor atração, que ao contrário lhe inspirava um temor extraordinário, inexplicável para ela.
Ezequiel era querido na corte, por sua educa-ção, por sua formosura, e vendo-o tão amado, seus ciúmes aumentaram de tal modo, que uma noite fez com que o prendessem, acusado de espião e traidor, decretou que fosse encerrado na torre mais alta de seu castelo, onde as ondas do mar enfurecida viam se cho-car.
Quando o fez prisioneiro, Ermezinda tranqüili-zou-se, dizendo a si mesma: - não vendo-o, não desce-rei do meu pedestal, não lhe direi que não posso viver sem ele, e não sofrerei vendo-o nos braços de outra. Para grandes males, grandes remédios. Cometo um crime, mas evito minha desonra. Deixo de sofrer uma dor que me conduziria à loucura.
Durante algum tempo, na corte, se falou de E-zequiel, mas logo foi esquecido. O alimento chegava até ele por um mecanismo de cordas, que não deixava ver a pessoa que o entregava. Assim viveu Ezequiel, por trinta e dois anos. Nesse tempo o jovem formoso e forte transformou-se num velho doente.
Quando menos esperava, se abriram as portas de sua prisão. Tentou buscar em sua família a causa de sua prisão, pois ignorava o motivo, no entanto toda sua família havia morrido. Pediu uma audiência com a rainha, mas esta encontrava-se em agonia.
Ermezinda, ao perceber que iria morrer, quis dar a liberdade ao homem que tanto amava, e morreu tranqüila porque uma dama de sua confiança lhe disse que havia visto Ezequiel, e que ele estava irreconhecí-vel, envergado ao peso dos anos de prisão.
Ezequiel não tardou a seguí-la, e ao verem-se no espaço, se compadeceram mutuamente, e ele a per-doou, por ser um Espírito bom, e por compreender que ela havia errado por amor. O perdão de Ezequiel fez muito bem à Ermezinda, que pediu para reencarnar como mãe do jovem, que seria a mãe mais amorosa, já que o amor das mães na Terra é o mais disposto à ab-negação e ao sacrifício.
Mas, antes de ser sua mãe, mil vezes pediu pa-ra sofrer o tormento que ele sofreu, vítima de seu a-mor. Pediu para sofrer o sono cataléptico.
Assim lhe foi concedido. Em sua prolongada agonia, teve o consolo de Ezequiel ao seu lado. Mur-murando palavras de amor e encorajamento.
Já vês que porvir tão formoso espera à esses dois Espíritos que tanto sofreram vítimas do amor, de amor terreno e de amor divino. Ontem Ermezinda não podia dizer a Ezequiel que o amava, amanhã, o apresentará como filho ao mundo inteiro e dirá: - é meu, eu o tenho em meus braços, seu primeiro sorriso foi para mim, eu o amo, é meu filho.
Ermezinda será dessas mães apaixonadas. Todo seu amor lhe parecerá pouco para fazê-lo esquecer o tormento que sua louca paixão lhe causou durante trinta e dois anos.
Eis ai a quantas considerações se prestam os fatos. Quanto é certo que as aparências enganam. De cem vezes, noventa e nove julgamos erroneamente, como estávamos fazendo com Bendita, nossa irmã cataléptica. Estamos sempre prontos a aumentar a culpa dos outros, e a diminuir a nossa.
Bendito seja o Espiritismo. Benditas sejam as comunicações dos espíritos, porque por elas, a Huma-nidade se redimirá. ▪
(Do Livro Reencarnação e Vida/Amália Domingo Soler)


AMÁLIA DOMINGO SOLER nasceu na Espanha, aos 10/12/1836. Começou a escrever aos 10 anos de idade para jornais e revistas. Seu primeiro artigo espírita foi em 1872.
A 9/05/1879, se manifesta pela primeira vez seu guia espiritual – Padre Germano.
Todos devemos a Amália uma existência inteira dedicada ao trabalho de iluminação da Humanidade. Desencarnou em 29/04/1909

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PERFUME DE ROSAS

Ficam sempre perfumadas
as mãos que oferecem rosas.